1. |
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Quantas dor de cotovelo
Eu bebi na minha vida,
Spadoni, Parreirinha,
Ponto Chic, Avenida…
Outros bares da Ipiranga
Eram a Consolação,
Só mais um e era a conta
Pra minha desilusão.
A noite ainda é criança
Diz o garçom, o barman,
No corpo que é companheiro
Deixa a saudade de alguém,
Se reparar no relógio
Os ponteiros vão correndo,
Os olhos estão piscando
E o dia amanhecendo.
Fico de pé, pago a conta,
Bocejo, cigarro, dor…
Não quero saber de novo
De ter de viver o amor.
Saio. Entro noutro bar,
Antes que o corpo se deite,
E para me despertar
Rosquinha e café com leite.
E para me despertar
Rosquinha e café com leite.
E para me despertar
Rosquinha e café com leite.
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2. |
Di Melo - Careca Velha
03:09
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Careca velha
Só dorme de touca,
É tradição que o peixe
Morre pela boca.
Careca velha
Só dorme de touca,
É tradição que o peixe
Morre pela boca.
Peguei o anzol, fui pra beira do riacho,
Pus a minhoca e pesquei uma botinha,
Uma caneca, um pneu, a lamparina,
É uma vergonha, uma sorte desgraçada,
Voltei pra casa mas o bonde atrasou,
A peixaria tava com a porta abaixada.
Careca velha
Só dorme de touca,
É tradição que o peixe
Morre pela boca.
Careca velha
Só dorme de touca,
É tradição que o peixe
Morre pela boca.
Um certo dia pescou peixe de dois metros,
Disse o valente pescador, quase mentindo,
E dessa altura abriu os braços sorrindo.
O que é certo é quando a boca está fechada,
Não entra mosca, nem mosquito nem mais nada,
E a vida devagar vai seguindo.
Careca velha
Só dorme de touca,
É tradição que o peixe
Morre pela boca.
Careca velha
Só dorme de touca,
É tradição que o peixe
Morre pela boca.
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3. |
Illy - Como Era Bom
03:04
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Ai que saudade que eu tenho da espumante
Da minha caipirinha com limão
Quando não havia tanta bagunça
Que existe hoje em cada encontrão.
Era só papo daqui pra ali
O samba que surgia de repente,
Todo mundo deixaria seus problemas
E vinha depressa cantar com a gente.
Como era bom
O samba natural
Sampa espontâneo
E sensacional.
Samba de tantos
Samba era apego
Samba era assunto
Samba era emprego
Não faz assim tanto tempo
Falo com sinceridade,
Tudo isso no fim das contas,
Me dá enorme saudade.
Como era bom
O samba natural
Sampa espontâneo
E sensacional.
Samba de tantos
Samba era apego
Samba era assunto
Samba era emprego
Não faz assim tanto tempo
Falo com sinceridade,
Tudo isso no fim das contas,
Me dá enorme saudade.
Enorme saudade.
Enorme saudade.
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4. |
Rubel - Bolso de Fora
02:54
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Na minha calça tinha quatro bolsos
Um para o lenço, outro pros recados
O terceiro para os lembretes e as compras
E o outro, mais usado, dos recados.
Usei colete com bolsos demais,
Tinha relógio e corrente de ouro,
E o jaquetão azul, quatro por dentro,
Quatro por fora, cravo, belo exemplo.
Hoje se usa só calça de brim,
Chapéu fora de moda e de linha,
Zíperes, botão, e a mão segura o resto,
Pra evitar o amigo trombadinha.
Ando na rua olhando de lado,
Tudo depressa, ando sem demora.
No paletó só levo o necessário,
Nas calças tenho os bolsos pra fora.
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5. |
ÀVUÀ - A Partida
02:46
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Vi que você foi embora
E definitivamente,
Eu cismei…fiquei chorando…
Tão inconsoladamente.
E a aflição foi chegando,
Veio de longe enrolando
E logo se esparramou
E foi se desenrolando.
Que fazer, pra que, por quê?
Demais como todo mal
Ferir alguém pelas costas
É pecado capital.
Mas depois você voltou
Mais do que arrependida,
Não tinha necessidade
Nem precisava voltar,
Eu já estava acostumado
Ficar longe de você.
Eu já estava costumado
Ficar longe de você.
Eu já estava acostumado
Ficar longe de você.
Vi que você foi embora
E definitivamente,
Eu cismei…fiquei chorando…
Tão inconsoladamente.
Aflição foi chegando,
Veio de longe enrolando
E logo se esparramou
E foi se desenrolando.
Que fazer, pra que, por quê?
Demais como todo mal
Ferir alguém pelas costas
É pecado capital.
Mas depois você voltou
Mais do que arrependida,
Não tinha necessidade
Não precisava voltar,
Eu já estava acostumado
Ficar longe de você.
Eu já estava costumado
Ficar longe de você.
Eu já estava acostumado
Ficar longe de você.
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6. |
Barro - Debaixo da Ponte
03:36
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Tem contrabando, fumaça,
fogueirinha, carrapato,
panela velha, caroço,
sola usada de sapato.
Vidros, plásticos, estopa,
jornal velho, cacarecos,
cavalinho, bola, trem,
urso rasgado, boneco.
É o que eu vi
Debaixo da ponte
O que eu vi
Quer que eu conte?
O que eu vi
Debaixo da ponte?
O que eu vi
Tem bóia fria, sem terra,
gente que veio do norte,
batente que não deu certo
agora espera a sorte
Quatro estacas, um telhado,
taboa é casa e assento,
lá na ponte sol e céu,
debaixo frio e vento.
É o que é que eu vi
Debaixo da ponte
O que é que eu vi
Quer que eu te conte?
O que eu vi
Debaixo da ponte?
O que eu vi
E tem criança com sede
sem futuro, sem escola,
ladrão mistura com fome,
criança pedindo esmola.
Quem devia ver aquilo
dá risada, que beleza,
de avião tá bom, tá bem,
lá no fundão, que tristeza.
É o que é que eu vi
Debaixo da ponte
O que é que eu vi
Quer que eu te conte?
O que eu vi
Debaixo da ponte?
O que é que eu vi
E tem a moça esperando
e a senhora rezando,
um rato passa assustando,
a paciência roendo.
Quem podia dar um jeito
prometeu e foi eleito,
esqueceu, votamos mal,
‘tamo ferrado’, bem feito.
É o que é que eu vi
Debaixo da ponte
O que é que eu vi
Quer que eu te conte?
O que eu vi
Debaixo da ponte?
O que é que eu vi
É o que eu vi
Debaixo da ponte
O que é que eu vi
Quer que eu conte?
O que eu vi
Debaixo da ponte?
O que é que eu vi
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7. |
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Você cutucou meu coração
Com a vara curta do amor,
Depois acenou e me deixou
Curtindo desgraçada dor.
E disse pra eu ter muita paciência
Da tolerância nasce a flor
Vê se se manca e volta de pressa
Não me deixe assim sofredor
Você cutucou meu coração
Com a vara curta do amor,
Depois acenou e me deixou
Curtindo desgraçada dor.
E disse pra eu ter muita paciência
Da tolerância nasce a flor
Vê se se manca e volta de pressa
Não me deixe assim sofredor
Eu espero, aguardo e lhe peço
Esse negócio de amor é tão ruim,
Quando não perdoa é o começo
Do princípio, do início e do fim.
Ficar tão longe de mim não é bom
Mesmo que tenha sido enganado,
Não há cola neste mundo inteiro
Que conserte um vaso quebrado.
Você cutucou meu coração
Com a vara curta do amor,
Depois acenou e me deixou
Curtindo desgraçada dor.
E disse pra eu ter muita paciência
Da esperança nasce a flor
Vê se se manca e volta de pressa
Não me deixe assim sofredor.
Não me deixe assim sofredor.
Não me deixe assim sofredor.
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8. |
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De manhã cedo ao romper do dia
A feira livre já está montada,
E o feirante com muita alegria
Aguarda a madame sempre apressada.
Olha a verdurinha verde
Alface, salsa e agrião,
Uma coisa é proibida
É ficar passando a mão.
Legumes frescos do sítio
Xuxú, nabo e pepino
Chegaram agorinha mesmo,
“Carrega a cesta, menino”.
Na feira livre tem diversos preços
de manhã, no meio e no fim,
de acordo com a cara do freguês
“De qualquer jeito vai sobrar pra mim”.
Laranja, figo e limão
Vão até a astronomia,
Eu vejo e digo “que não”
E acabo entrando na fria.
A feira da minha rua
É bonita de verdade,
Algumas coisas eu compro
Outras ficam na saudade.
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9. |
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Só coisa boa eu bebi
Nunca dormi na gaveta
Tomei cerveja gelada
Nunca dormi na sarjeta.
Meu negócio é alta roda,
Por mim tudo é celebrado
Se tem bis peço coda
E um bom copo resfriado
Para os todos de verdade
É um dever de consciência,
O beber é uma arte
O saber uma ciência
É titim, titim, titim, durante o dia
Para sempre “ad infinitum”
E de noite que alegria
Tomo um gole “ad libitum”
Assim meu caro amigo
Procure se consolar
Sente aqui junto comigo
E vamos bebemorar.
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10. |
Luê - Dias de Festa
03:03
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Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Cada um está na sua,
E eu vou ficar na minha,
E nesass noite de frio,
Acendo a minha brasinha.
Vou onde se festejam
Em festas tradicionais,
Os bons santos padroeiros,
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Senhora de Cataluce,
Comemoração bonita,
E geralmente no inverno,
Senhora de Achiropita,
São Vito e São Genaro.
Lembrados pelas crianças,
E os adultos acompanham,
Massas, vinhos e danças.
No Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Bom Retiro, Mooca e Brás
Pra todos tiro o chapéu,
E como diz o ditado:
Quem cumprimenta os outros
Também é cumprimentado.
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11. |
Zé Ibarra - A Escola
03:08
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Uma escola no bairro do Pari
Eu frequentei quando era menino
Ficava brincando no recreio
Até ouvia ao longe o sino.
De manhã cedo ia contente
De calça, camisa e pé calçado,
Régua e lápis, livro e caderno,
E a lição que tinha estudado.
Com orgulho de poder aprender
Onde ainda o estudo é seleção,
Unha-na-mula, pular, correr,
Futebol, cabra-cega, pião,
As meninas com suas bonecas
Brincavam de roda e casinha,
Os mais velhos contavam anedotas…
Ao longe se ouvia a cirandinha:
Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
era o refrão…
Piques, angolinha, passa-anel,
Todos felizes, com emoção.
Mas o tempo passa, já passou…
Que grande saudade deixou
Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
era o refrão…
Piques, angolinha, passa-anel,
Todos felizes, com emoção.
Mas o tempo passa, já passou…
Que grande saudade me deixou.
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