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ONZE - M​ú​sicas In​é​ditas de Adoniran Barbosa

by Dorsal Musik

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1.
Quantas dor de cotovelo
 Eu bebi na minha vida, 
 Spadoni, Parreirinha, 
 Ponto Chic, Avenida…
 Outros bares da Ipiranga 
Eram a Consolação,
 Só mais um e era a conta 
Pra minha desilusão. 

A noite ainda é criança 
Diz o garçom, o barman, 
 No corpo que é companheiro
 Deixa a saudade de alguém,
 Se reparar no relógio 
 Os ponteiros vão correndo, 
Os olhos estão piscando
 E o dia amanhecendo. 

Fico de pé, pago a conta, 
 Bocejo, cigarro, dor…
 Não quero saber de novo
 De ter de viver o amor. 
Saio. Entro noutro bar,
 Antes que o corpo se deite, 
E para me despertar 
Rosquinha e café com leite. 
E para me despertar
 Rosquinha e café com leite. 
E para me despertar
 Rosquinha e café com leite.
2.
Careca velha Só dorme de touca,  É tradição que o peixe Morre pela boca. Careca velha Só dorme de touca,  É tradição que o peixe Morre pela boca. Peguei o anzol, fui pra beira do riacho, Pus a minhoca e pesquei uma botinha, Uma caneca, um pneu, a lamparina, É uma vergonha, uma sorte desgraçada, Voltei pra casa mas o bonde atrasou, A peixaria tava com a porta abaixada. Careca velha Só dorme de touca,  É tradição que o peixe Morre pela boca. Careca velha Só dorme de touca,  É tradição que o peixe Morre pela boca. Um certo dia pescou peixe de dois metros, Disse o valente pescador, quase mentindo, E dessa altura abriu os braços sorrindo. O que é certo é quando a boca está fechada, Não entra mosca, nem mosquito nem mais nada, E a vida devagar vai seguindo. Careca velha Só dorme de touca,  É tradição que o peixe Morre pela boca. Careca velha Só dorme de touca,  É tradição que o peixe Morre pela boca.
3.
Ai que saudade que eu tenho da espumante Da minha caipirinha com limão Quando não havia tanta bagunça Que existe hoje em cada encontrão. Era só papo daqui pra ali O samba que surgia de repente, Todo mundo deixaria seus problemas E vinha depressa cantar com a gente. Como era bom O samba natural Sampa espontâneo E sensacional. Samba de tantos Samba era apego Samba era assunto Samba era emprego Não faz assim tanto tempo Falo com sinceridade, Tudo isso no fim das contas, Me dá enorme saudade. Como era bom O samba natural Sampa espontâneo E sensacional. Samba de tantos Samba era apego Samba era assunto Samba era emprego Não faz assim tanto tempo Falo com sinceridade, Tudo isso no fim das contas, Me dá enorme saudade. Enorme saudade. Enorme saudade.
4.


Na minha calça tinha quatro bolsos 
Um para o lenço, outro pros recados
 O terceiro para os lembretes e as compras 
E o outro, mais usado, dos recados. 

Usei colete com bolsos demais, 
Tinha relógio e corrente de ouro,
 E o jaquetão azul, quatro por dentro, 
Quatro por fora, cravo, belo exemplo. 

Hoje se usa só calça de brim, 
 Chapéu fora de moda e de linha,
 Zíperes, botão, e a mão segura o resto,
 Pra evitar o amigo trombadinha. 

Ando na rua olhando de lado, 
Tudo depressa, ando sem demora. 
No paletó só levo o necessário, 
Nas calças tenho os bolsos pra fora.
5.
Vi que você foi embora 
 E definitivamente,
 Eu cismei…fiquei chorando…
 Tão inconsoladamente. 
E a aflição foi chegando, 
Veio de longe enrolando 
 E logo se esparramou 
 E foi se desenrolando. 
Que fazer, pra que, por quê? 
Demais como todo mal
 Ferir alguém pelas costas 
É pecado capital. 
Mas depois você voltou
 Mais do que arrependida, 
 Não tinha necessidade
 Nem precisava voltar,

 Eu já estava acostumado
 Ficar longe de você. 
Eu já estava costumado 
Ficar longe de você. 
Eu já estava acostumado 
Ficar longe de você. 

Vi que você foi embora 
 E definitivamente,
 Eu cismei…fiquei chorando…
 Tão inconsoladamente.
 Aflição foi chegando,
 Veio de longe enrolando 
 E logo se esparramou 
 E foi se desenrolando.

 Que fazer, pra que, por quê? 
Demais como todo mal
 Ferir alguém pelas costas 
 É pecado capital. Mas depois você voltou 
Mais do que arrependida, 
 Não tinha necessidade 
Não precisava voltar, Eu já estava acostumado 
Ficar longe de você. 
 Eu já estava costumado 
Ficar longe de você.
 Eu já estava acostumado 
Ficar longe de você. 
6.
Tem contrabando, fumaça, fogueirinha, carrapato, panela velha, caroço, sola usada de sapato. Vidros, plásticos, estopa, jornal velho, cacarecos, cavalinho, bola, trem, urso rasgado, boneco. É o que eu vi                Debaixo da ponte       O que eu vi         Quer que eu conte? O que eu vi Debaixo da ponte? O que eu vi    Tem bóia fria, sem terra, gente que veio do norte, batente que não deu certo agora espera a sorte Quatro estacas, um telhado, taboa é casa e assento, lá na ponte sol e céu, debaixo frio e vento. É o que é que eu vi                Debaixo da ponte       O que é que eu vi         Quer que eu te conte? O que eu vi Debaixo da ponte? O que eu vi  E tem criança com sede sem futuro, sem escola, ladrão mistura com fome, criança pedindo esmola. Quem devia ver aquilo dá risada, que beleza, de avião tá bom, tá bem, lá no fundão, que tristeza. É o que é que eu vi                Debaixo da ponte       O que é que eu vi         Quer que eu te conte? O que eu vi Debaixo da ponte? O que é que eu vi  E tem a moça esperando e a senhora rezando, um rato passa assustando, a paciência roendo. Quem podia dar um jeito prometeu e foi eleito, esqueceu, votamos mal, ‘tamo ferrado’, bem feito. É o que é que eu vi                Debaixo da ponte       O que é que eu vi         Quer que eu te conte? O que eu vi Debaixo da ponte? O que é que eu vi  É o que eu vi                Debaixo da ponte       O que é que eu vi         Quer que eu conte? O que eu vi Debaixo da ponte? O que é que eu vi  
7.
Você cutucou meu coração Com a vara curta do amor, Depois acenou e me deixou Curtindo desgraçada dor. E disse pra eu ter muita paciência Da tolerância nasce a flor Vê se se manca e volta de pressa Não me deixe assim sofredor Você cutucou meu coração Com a vara curta do amor, Depois acenou e me deixou Curtindo desgraçada dor. E disse pra eu ter muita paciência Da tolerância nasce a flor Vê se se manca e volta de pressa Não me deixe assim sofredor Eu espero, aguardo e lhe peço Esse negócio de amor é tão ruim, Quando não perdoa é o começo Do princípio, do início e do fim. Ficar tão longe de mim não é bom Mesmo que tenha sido enganado, Não há cola neste mundo inteiro Que conserte um vaso quebrado. Você cutucou meu coração Com a vara curta do amor, Depois acenou e me deixou Curtindo desgraçada dor. E disse pra eu ter muita paciência Da esperança nasce a flor Vê se se manca e volta de pressa Não me deixe assim sofredor. Não me deixe assim sofredor. Não me deixe assim sofredor. 
8.
De manhã cedo ao romper do dia A feira livre já está montada, E o feirante com muita alegria Aguarda a madame sempre apressada. Olha a verdurinha verde Alface, salsa e agrião, Uma coisa é proibida É ficar passando a mão. Legumes frescos do sítio Xuxú, nabo e pepino Chegaram agorinha mesmo, “Carrega a cesta, menino”. Na feira livre tem diversos preços de manhã, no meio e no fim, de acordo com a cara do freguês “De qualquer jeito vai sobrar pra mim”. Laranja, figo e limão Vão até a astronomia, Eu vejo e digo “que não” E acabo entrando na fria. A feira da minha rua É bonita de verdade, Algumas coisas eu compro Outras ficam na saudade.
9.
Só coisa boa eu bebi
 Nunca dormi na gaveta 
Tomei cerveja gelada 
Nunca dormi na sarjeta. 
Meu negócio é alta roda, 
Por mim tudo é celebrado 
Se tem bis peço coda 
 E um bom copo resfriado 
Para os todos de verdade 
É um dever de consciência, 
 O beber é uma arte 
O saber uma ciência 

É titim, titim, titim, durante o dia Para sempre “ad infinitum” 
E de noite que alegria 
Tomo um gole “ad libitum” 
Assim meu caro amigo
 Procure se consolar 
 Sente aqui junto comigo 
E vamos bebemorar.
10.
Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Cada um está na sua, E eu vou ficar na minha, E nesass noite de frio, Acendo a minha brasinha. Vou onde se festejam Em festas tradicionais, Os bons santos padroeiros, Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Senhora de Cataluce, Comemoração bonita, E geralmente no inverno, Senhora de Achiropita, São Vito e São Genaro. Lembrados pelas crianças, E os adultos acompanham, Massas, vinhos e danças. No Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Bom Retiro, Mooca e Brás Pra todos tiro o chapéu, E como diz o ditado: Quem cumprimenta os outros Também é cumprimentado.
11.
Uma escola no bairro do Pari 
Eu frequentei quando era menino 
Ficava brincando no recreio
 Até ouvia ao longe o sino.
 De manhã cedo ia contente 
De calça, camisa e pé calçado, 
Régua e lápis, livro e caderno, 
E a lição que tinha estudado.

 Com orgulho de poder aprender 
Onde ainda o estudo é seleção, 
Unha-na-mula, pular, correr, 
Futebol, cabra-cega, pião, 
As meninas com suas bonecas 
Brincavam de roda e casinha,
 Os mais velhos contavam anedotas… 
Ao longe se ouvia a cirandinha:

 Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
 era o refrão…
 Piques, angolinha, passa-anel, 
Todos felizes, com emoção.
 Mas o tempo passa, já passou…
 Que grande saudade deixou 
Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
 era o refrão…
 Piques, angolinha, passa-anel, 
Todos felizes, com emoção.
 Mas o tempo passa, já passou…
 Que grande saudade me deixou.

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released August 6, 2020

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